O Alabama Shakes apareceu com tremenda força na cena musical graças ao seu primeiro disco, feito com classe e talento, como foi o brilhante "Boys & Girls" (Rough Trade, 2012). Receberam elogios de todas as partes do mundo colocando do mesmo lado crítica e público, rendidos pela magia de composições atemporais trazendo um rock com soul, incomum mediante as atuais modas passageiras.
Brittany Howard cedeu uma entrevista contando quais os próximos planos da banda para continuar conquistando o mundo. Confira abaixo.
No começo da carreira vocês faziam versões de suas canções favoritas. Poderia nos dizer um pouco sobre esse início como banda? Como começou a compor suas músicas próprias?
Brittany: Zac e eu nos conhecemos no colégio e começamos a escrever canções juntos. Conhecemos o Steve que trabalhava em uma loja de discos. Começamos a tocar, principalmente versões em bares, e depois passamos a introduzir pouco a pouco músicas próprias em nossos shows. Apontaria dois momentos importantes: o primeiro quando Justin, de um blog chamado Aquarium Drunkard, colocou uma música nossa e muita gente começou a se interessar. E depois, quando Patterson Hood, do Drive-by Truckers, veio em um de nossos shows e nos convidou para abrirmos suas apresentações. Sobre o resto, é muito difícil de explicar.
Muitas pessoas começaram a ouvir a banda devido ao sucesso de seu primeiro disco, mas vocês já tinham uma extensa carreira prévia. Como você se sentiu quando passou a fazer sucesso?
Brittany: É realmente genial poder fazer o que você ama. Nunca pensei que esta oportunidade aconteceria. Sempre tivemos esperança de terminar nosso disco e passar para nossos colegas do Alabama, mas nunca pensamos que seria lançado internacionalmente e que tanta gente o escutaria. Nos sentimos abençoados.
Estou realmente surpreso com o sucesso de vocês no Reino Unido, tendo em conta que seu estilo musical não é o que habitualmente aparece nas listas inglesas. Você se sentiu feliz de tornar popular esta sonoridade na cena alternativa dos ingleses?
Brittany: Estamos seguindo o caminho das grandes bandas que passaram pelo nosso. Acredito que estamos em um grupo de artistas não tão grandes mas que estão fazendo sucesso neste momento. É realmente genial ver diferentes tipos de música disponíveis para o público.
Voltando ao fato de que sua música traz de volta a sonoridade do rock com o soul. Você se sente fora da cena musical predominante? Gostaria de ter vivido nos anos 50 quando nasceu este tipo de som?
Brittany: Nós gostamos de tantos tipos diferentes de música que você se surpreenderia como nossos gostos musicais são ecléticos. Não só escutamos músicas alternativas, ainda que nos agrade muito esse tipo de música.
O que mais passou de surpreendente nesta excursão pelo mundo e vendo que todo mundo sabia e cantava suas canções?
Brittany: É realmente maravilhoso. Especialmente quando cantam músicas que nem sequer estão no disco. É o poder da internet.
Existe algo que sinta falta antes de ter experimentado o grande sucesso da banda nos últimos anos?
Brittany: Sentimos falta de estar em casa, mas agora as coisas começaram a se acalmar e temos conseguido ver nossas famílias. Isso é o que mais sentimos falta. Nós gostamos muito do nosso lugar, em Athens.
Quais outros grupos musicais vocês se interessam?
Brittany: Fly Golden Eagle, Jim James, Charles Bradley, Tame Impala, Daft Punk e muitos outros.
Vocês gravaram seu primeiro disco em Nashville. Era um sonho que se tornou real ou foi mais conveniente para vocês?
Brittany: Nashville está tão próximo de onde vivemos que realmente teria sentido gravar ali. Há muitos estúdios grandes em Nashville. Não há muitos onde vivemos.
Falando sobre o futuro. Vocês sentiram muita pressão após o sucesso do disco?
Brittany: Nós não nos sentimos sob pressão. Trata-se de ilusão. Estamos animados em superar nosso primeiro disco.
Imagino que esteja trabalhando duro na continuação de "Boys & Girls".Poderia me falar sobre os próximos passos?
Brittany: Começamos a compor para o próximo disco. Temos seis faixas em estado inicial. Passaremos os próximos sete ou oito meses trabalhando nele. Queremos que vocês ouçam.
Entrevista original: José Megia (Muzikalia, Junho 2013)
Tradução: Adriano Moralis