Formado em fevereiro de 2009, na cidade de Natal (RN), o Planant é composto por Rodrigo Takeya (vocal/guitarra), Cris Botarelli (guitarra/backing vocal), Lauro Kirsch (bateria) e Fausto Luiz (baixo).
Com apenas um EP virtual lançado, “Planant” (2010), e alguns singles disponibilizados nas redes sociais, o grupo se destaca pelas melodias bem elaboradas, resgatando uma sonoridade que nos remete ao início do rock produzido no final da década de 80, além de outras influências renomadas como os americanos do The National.
Despontando como uma das grandes novidades da cena independente potiguar, ao lado de bandas como Bugs, The Automatics, Calistoga, entre outras, o Planant deve participar dos dois maiores festivais de Natal no próximo mês de novembro, o Festival DoSol (13/11) e o Mada 2010 (sem data definida), e também já se prepara para “planar” por outras cidades do país.
Na entrevista abaixo o grupo fala sobre suas canções, influências e seus planos. Confira:
Com exceção do Rodrigo, o restante do grupo vem de outros projetos musicais. Como vocês se conheceram e como surgiu a idéia de formar a banda? Qual a origem do nome?
A idéia da banda começou a ser gestada pelo Rodrigo (guitarra e voz) e pela Cris (guitarra e segunda voz), que já eram amigos muito antes do nascimento da banda. Rodrigo já vinha compondo canções há algum tempo e Cris sempre insistia para que eles virassem uma banda de fato. No começo de 2009, por fim, eles decidiram que era o momento de tocar o projeto adiante. Foi então que Cris chamou Fausto (baixo), que por sua vez chamou Lauro (bateria). Estava formado o Planant.
Bom, nós sempre procuramos um nome que soasse universal, sem acentos característicos de alguma língua específica e que entrasse em harmonia com o quê a banda é. Após meses de ensaio e discussão, Lauro sugeriu "Planant", que faz referência a algo viajante, algo "planante", em gíria francesa. Pronto, o nome tinha nos agradado e nos satisfeito em cheio!
Ouvindo o EP “Planant” as primeiras impressões são de uma forte influência do rock europeu do final dos anos 80, principalmente U2 e The Cure. Quais são as verdadeiras influências do grupo?
É difícil dizer quais são as "verdadeiras influências"! Cada membro traz consigo uma orientação harmônica diferente, inspirada por sua escola musical. O resultado final e mais latente, assim por dizer, acaba ficando em maior parte em torno do que Rodrigo, por ser o compositor principal, traz. O papel da banda é fazer com que a música chegue na interseção dos gostos dos quatri. Esse som acaba, sim, fazendo referência notória a grandes bandas dos anos 80, como o U2.
Como influências mesmo, podemos citar diversas coisas como: U2, Radiohead, At The Drive-In, The National, A-ha, Pinback, yourcodenameis:milo, Biffy Clyro...
O rock potiguar tem se mostrado efervescente nos últimos anos, além de festivais como o MADA, Mormaço e DoSol, muitas bandas como Bugs, Calistoga, The Automatics, entre outros, tem conseguido espaço na mídia especializada. Como tem sido a recepção do público/crítica com o trabalho da banda?
Excelente! O Planant foi lançado para o público no dia 17 de Abril de 2010, que foi o dia em que lançamos nosso Myspace e o nosso EP virtual, com as três músicas disponíveis pra download. De lá para cá as coisas vêm acontecendo numa velocidade bastante rápida, tanto é que já conquistamos vaga nos festivais MADA e DoSol, que acontecerão no fim deste ano. E temos recebido muitos elogios, tanto de público quanto de mídia especializada. Isso nos deixa muito felizes. É a maior recompensa por toda a nossa dedicação.
Uma das coisas que chamam a atenção durante a audição das faixas de “Planant” é a qualidade da produção. Como foi o processo de gravação e produção das músicas? Há previsão de um álbum completo?
A gravação das músicas foi completamente caseira! Rodrigo, buscando independência sonora, aprendeu de forma autodidata nos últimos anos a produzir tudo no seu computador, nada foi feito em estúdio.
Nós já temos cerca de 9 a 10 músicas, todas quase totalmente gravadas, mas ainda não completamente mixadas. A intenção é ir lançando-as no nosso Myspace à medida que forem ficando prontas. Só quando atingirmos essa meta com todas as canções que temos agora, pensaremos em um álbum completo.
Vocês estão em várias redes sociais e disponibilizaram o álbum gratuitamente na internet. Qual a opinião de vocês sobre o futuro da música e a relação com a tecnologia?
Bom, temos opiniões um pouco divergentes dentro da banda, se formos direto ao cerne da questão. Mas acho que é consenso que estamos no meio de uma mudança brutal dessa indústria, e que nada é ou pode ser concebido, pensado e divulgado da mesma forma que era há alguns anos atrás.
O Planant procura, e vai sempre procurar, trabalhar em harmonia com o que tiver acontecendo.
Suas composições até o momento são em inglês. Esta é uma linha que a banda pretende seguir? Há alguma intenção de divulgar o som de vocês em outros países?
Sim, é uma linha que pretendemos seguir, até porque é o que flui mais naturalmente de nós até hoje. Não descartamos cantar em português, mas se um dia acontecer, vai ser no seu devido momento, quando nos sentirmos confortáveis com isso.
Divulgar nossa música para o maior número de pessoas possível sempre foi o que almejamos. Isso é mais um ponto positivo que vemos na opção por cantar em inglês.
Para finalizar. Quais os próximos passos do Planant?
Os próximos passos, além de lançar mais músicas no myspace, são divulgar nosso som, tocando pelo Brasil inteiro e produzir um videoclipe.
Faixa a faixa com o Planant:
“Hiding from the Sun”, “Spin”, “Something I Get”, “Antigravity” (as últimas três ainda não lançadas)... Todas têm um tema em comum, mas o abordam de pontos de vista diferentes. Elas falam sobre como às vezes algumas pessoas podem se sentir enquadradas, restritas e frustradas em um ideal de vida completamente convencional. Como somos levados a crer que não podemos mais do que imaginamos, que não devemos tentar. Que devemos nos manter dentro de um círculo fechado de segurança, conforto, aceitação e não cogitar nada diferente para o nosso próprio bem, mas que, no fim das contas, nem sempre funciona assim.
”When Walls Tumble Down” foi inspirado em um encontro meio às cegas de Rodrigo com uma garota, anos atrás. Não é uma música sobre a garota, mas sobre a experiência e a expectativa do encontro, e a beleza que existe em um acontecimento assim.
”Sing for the Lousy Morning” é uma espécie de contraponto às outras músicas, como “Hiding from the Sun”... É um canto de esperança, de resolução, em resumo. E é também em parte uma homenagem ao avô de Rodrigo, falecido ano passado.
”Lancaster Winds” tem um tom mais introspectivo que as demais. Apesar de ser um relato pessoal do Rodrigo, a música tem um tema universal fácil de se identificar. Ela gira em torno do impulso à fuga que às vezes nos ocorre quando passamos por momentos de questionamento na vida.