Pular para o conteúdo principal

Patti Smith escreveu, para a revista New Yorker, um texto sobre o seu amigo Lou Reed

A artista conta que estava na praia, olhando para o mar, quando recebeu um sms da sua filha, Jesse, dando conta da morte de Lou Reed.

"Estremeci e respirei fundo. Tinha-o visto com a sua mulher, Laurie, na cidade, há pouco tempo, e pressenti que estaria doente. A luz habitual [da Laurie] estava obscurecida. Quando o Lou se despediu, os seus olhos escuros pareciam ter uma tristeza infinita e benevolente". 

Recordando a primeira vez que viu o Velvet Underground ao vivo, em 1970 - "Eu adorava dançar, e podíamos dançar durante horas ao som deles, (...) muito depressa ou muito devagar" - e as centenas de mensagens que recebeu após a morte do amigo, Patti Smith remata: 

"Enquanto fazia o luto junto ao mar, duas imagens vieram-me à cabeça: primeiro a da sua mulher, Laurie. Ela era o seu espelho, nos seus olhos podíamos ver a sua bondade, a sua sinceridade, a sua empatia. A segunda foi o great big clipper ship onde ele ansiava embarcar, da letra da sua obra-prima, Heroin. Imaginei-o à espera da [nave] sob a constelação de almas dos poetas a quem ele desejava juntar-se. Antes de ir dormir, procurei o significado da data - 27 de outubro - e descobri que era o aniversário quer de Dylan Thomas como de Sylvia Plath. O Lou escolheu o dia perfeito para seguir viagem - o dia dos poetas, numa manhã de Domingo". 

Entretanto, foi revelado que Lou Reed deixou os seus bens, incluindo uma penthouse em Manhattan e a casa de East Hampton, a Laurie Anderson. A única irmã do músico, Margaret, receberá um quinto dos seus bens monetários e 500 mil dólares para tratar da mãe de ambos, de 93 anos. 

Os direitos da música de Lou Reed deverão ser tratados pelos seus contador e manager de longa data.

Veja o vídeo de "Heroin", gravada em março de 1967, aqui.

Faixas Relacionadas