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Apenas três canções rock entre os 100 singles mais vendidos no Reino Unido em 2010: é esta a razão que leva o jornal inglês The Guardian a proclamar a morte do rock.

Segundo esta publicação, em 2010 a porcentagem de músicas rock no top de singles britânico foi a mais baixa dos últimos 50 anos.

Ao rock couberam 3% dos sucessos do top 100 de singles, contra 47% do hip-hop e R&B , 40% da música pop e 10% da dance music.

Ainda mais significativo, considera o Guardian, é que a música que melhor performance obteve tenha sido "Don't Stop Believing", uma faixa dos veteranos do Journey lançada há 30 anos e recuperada em 2010 pela série Glee.

Além de "Don't Stop Believing", as outras músicas catalogadas como rock que entraram no top 100 de singles foram "Hey Soul Sister", do Train , e "Dog Days Are Over", de Florence and the Machine (foto).

O panorama é semelhante no que toca à música ao vivo, com o Bon Jovi, uma banda com cerca de 30 anos, a liderarem o top de turnês mais rentáveis de 2010. Entre os 20 artistas mais bem sucedidos ao vivo, nos Estados Unidos, 40% dos vocalistas teriam, no próximo ano, 60 anos ou mais.

Para o apresentador de rádio e televisão Paul Gambaccini, este é "o final da era rock, tal como quando a era jazz acabou. Isso não quer dizer que deixará de haver bons músicos rock, mas o rock enquanto estilo dominante já faz parte da história ", disse Gambaccini ao Guardian.

A queda generalizada na venda de discos, que leva as gravadoras a apostarem menos em bandas rock novas, é uma das razões apontadas pelo Guardian para a "nova morte" do rock.

Contudo, e ainda segundo o mesmo artigo, a situação é diferente na tabela de 100 álbuns mais vendidos, com o rock representando 27% dos discos. A maior inclinação dos fãs de rock para comprarem álbuns, ao invés de singles, é o motivo apontado para a discrepância entre as tabelas de singles e de álbuns.

Sobre isso, James Dean Bradfield, do Manic Street Preachers, comentou recentemente: "Estava olhando para o top 40 e é como se o indie nunca tivesse acontecido. É como se Manchester, Seattle ou a britpop nunca tivessem acontecido. Na era do britpop havia bandas de guitarras no top 5, todas as semanas. Agora, encontrar uma banda de guitarras no top 40 é uma coisa rara. É tudo pop, é mesmo deprimente". (Blitz/Guardian)

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