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Em vez de manuais de autoajuda, a moça é adepta dos livros de auto-sabotagem que ela própria escreve. Assim é a cantora, compositora, publicitária, escritora e fã de ficção científica pernambucana Lulina. Em termos de estilo, ela seria algo como "a Rita Lee que, em vez de fundar os Mutantes com Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, foi parar no programa de Roberto e Erasmo Carlos". Ou ainda: "a Wanderléa que saltou a Jovem Guarda e foi cair, de minissaia, na Tropicália de Caetano e Gil". Enfim, ele veio para juntar as duas pontas mais pop da velha nova música brasileria - sempre com doses generosas de ironia, principalmente nas letras. Depois de fazer nove discos caseiros, gravados no quarto com equipamento tosco e reproduzidos no próprio computador, Lulina lançou, no ano passado, o ótimo "Cristalina" - primeiro trabalho "profissional". O disco é uma espécie de mapa da Lulilândia, seu reino encantado em que convivem, não sem alguns confrontos, minhocas, um príncipe pé-rapado, carneiros que fazem dormir e acordar, tubarões, discos voadores, Jerry Lewis (que, segundo ela, "ainda não morreu") e alguns paulistas. Esses últimos, ela observa de perto desde que mudou para São Paulo. Choperia.