Pular para o conteúdo principal
Ingresso - Echo and The Bunnymen

Pill#1 – Da série “Impressões de um show”: Echo and The Bunnymen

Pois é. São Paulo recebeu dia 18 de novembro a calejadíssima banda inglesa puxada por aquele cara chamado Ian McCulloch que entre um cigarro e outro, um gole e mais outros e repentinas tosses ao microfone ainda agita bem um pessoal devoto e mais alguns curiosos (quase como eu, ou não).

A abertura ficou por conta da banda gaúcha Acústicos e Valvulados, que tocou direitinho e preparou o terreno para o Echo. Com certo atraso - quase 2 horas - e algumas caipirinhas (para eles...), o Echo entrou e fez todas as músicas possíveis do currículo de 25 anos da banda. Dava emoção só de ver o semblante feliz de fãs que certamente têm como recordação uma bituca de cigarro fumado pelo Ian em cada show já realizado no Brasil. Claro que não faltaram “The Killing Moon”, “Rescue” e no bis a ultra-óbvia “Lips Like Sugar”. E os fãs-devotos enrugaram a testa, mas os curiosos bem que gostaram dos sons covers. Teve desde a sex machine do James Brown, passando por Doors, Beatles e Lou Reed.

Só sei que o Echo and The Bunnymen continua. Se firme e forte já não há como garantir. O que importa é que os fãs cantam junto tudo e facilitam o processo das maltratadas cordas vocais de McCulloch. Valeu a pena conferir!

 

Pill#2 – Liberte o Tyler que existe em você

Esqueça o Steven Tyler. O lance aqui está mais para o Pete Tyler, personagem so Seattle do livro “Nirvana Nunca Mais” de Mark Lindquist. No primeiro capítulo, Tyler se refugia na sua Resurrection Jukebox. Quer um conselho? Faça o mesmo.

A Resurrection Jukebox ou Vitrola da Ressurreição consiste em reunir na cartucheira do cd player todos aqueles álbuns capazes de fazer com que o ouvinte entre num clima de nostalgia (não depressiva, plisss!). É considerado por muitos um momento sublime de encontro com seu próprio eu ou algum outro ser, isso varia. O importante é que todos tentem esquematizar uma RJ sempre que possível, pelo bem da música e da própria humanidade, talvez.

Só sei que Pete Tyler não deu bobeira e rolou The Clash na vitrolinha mágica dele. Também fiquei com vontade e lasquei “London Calling” numa noite dessas, quando todas as possibilidades de sair de casa furaram e a única alternativa de fuga da solidão crescente era a música. Foi realmente emocionante escutar e re-re-escutar belezinhas como “Hateful” e “Lover’s Rock”.

Ainda xerocando a seleção de álbuns escolhidos por Tyler, suguei o “Ten” do Pearl Jam. Obra-prima da banda, tem as já clássicas “Black”, “Jeremy” e  “Alive”. Irresistível. Podem falar o que for do Pearl Jam atual, mas não há como negar que “Ten” é muito bom e fundamental para o acompanhamento do que foi a cena alternativa lá nos áureos tempos.

A noite parecia propícia para o grunge, logo complementado pelo Soundgarden. Deixei rolar o “A-Sides”, de onde saíram as benditas “Black Hole Sun”, “Outshined”, “Blow Up The Outside World”. Todos deveriam ouvir essa banda, que para variar não resistiu, mas deixou uma boa bagagem de sons. Falando em Soundgarden, gostaria de saber o que pensam sobre a fusão de ex-‘soundgardens’ e ex-‘rage against the machines’ resultando no Audioslave. Canal aberto para qualquer espécie de consideração, basta mandar um e-mail para susansouza@muzplay.net . Passa lá!

Só sei que esse lance de Resurrection Jukebox é coisa pra muitos dias, em pequenas doses. Não adianta disparar álbum atrás de álbum, freneticamente. É preciso deixar rolar, escutar detalhes nas músicas menos ouvidas, ter calma. Sem pretender posar de profética e ridícula, mas um passatempo aparentemente bobinho como esse pode fazer com que você descubra coisas que nem imagina. Aposta?

 

Pill#3 – O som das pills

Coluna tecida ao som de todos os álbuns citados acima, afinal, foi uma boa oportunidade de refazer minha Resurrection Jukebox. E aí, já pensou na tua?

Até mais!