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Massive Attack

Com um atraso de duas horas para o show principal, os djs brasileiros Dubstrong e Nuts tiveram a difícil missão de conter os ânimos no primeiro show do Massive Attack, misturando muito hip hop num back-to-back, com clássicos que iam de Afrika Bambaataa até Neneh Cherry, os djs seguraram a ira do público com muitos scratchs até a meia-noite, horário em que dariam lugar ao tão esperado show do Massive Attack.

Após a saída da dupla de djs, as cortinas se abriram e o clima começou a ser criado, ultra-hypados, o Massive Attack que passou pela segunda vez no Brasil, começaria uma apresentação hipnótica, prejudicada apenas pelo som baixo na primeira metade do show. Quando a banda subiu ao palco e as batidas iniciaram o show, o público já esperava pelas canções que marcaram a carreira da banda.

Após a primeira música, surge "angel", do álbum Mezzanine, que causa furor no público, pontuada pela voz de Horace Andy, que ao vivo consegue ser tão fantástico quanto em estúdio. Logo em seguida, mais uma canção de Mezzanine, desta vez "rising son" abre caminho para a estonteante "spying glass" do álbum Protection, novamente com Horace Andy nos vocais, fazendo o dub flutuar no Via Funchal, Horace que acompanha a banda desde o clássico Blue Lines, é responsável pela ligação do dub jamaicano com as batidas eletrônicas da banda. Com o final de "spying glass", surge Grant "Daddy G" Marshall e Robert "3D" del Naja para cantarem "karmacoma", outro clássico do álbum Protection.

Mais uma música e ainda com o som baixo, a banda abre espaço para Dot Allison cantar umas das músicas mais lindas da banda, tomando a vez de Elizabeth Fraser do Cocteau Twins, Alisson canta a maravilhosa "teardrop" (Mezzanine), num dos melhores momentos do show, abrindo caminho para a música título "mezzanine", nesse momento o som já está mais alto, o que ajuda nas próximas músicas que seriam a "hymn of the big wheel" do clássico de estréia Blue Lines, seguida de "antistar" do último álbum 100th Window, nesse momento o show já valia o alto preço do ingresso e o atraso da banda, mesmo assim o primeiro set termina com outra música de Blue Lines, "safe from harm" encerra a primeira parte do show e deixa todos extasiados, devido à excelente interpretação de outra vocalista. Após essa sucessão de clássicos, a banda retorna para um bis curto e matador, com a versão dark para "inertia creeps" (Mezzanine) o público vibra e canta junto com a banda, em "unfinished simpathy" o maior hit de blue lines, a emoção toma conta do show, mais uma vez pelo excelente vocal e por trazer um Massive Attack histórico ao palco, para encerrar a primeira noite, a banda recorre à outra música de 100th Window, "future proof", que encerrou a primeira noite do Massive Attack no Brasil.

Se o Massive Attack é aclamado como fundador do Trip Hop, também pode ser aclamado como uma das bandas mais importantes hoje em dia, mesmo dez anos após sua estréia, a banda consegue manter o respeito e a qualidade de suas músicas, seja em estúdio ou ao vivo. Sem contar as ligações com outros músicos excelentes que sempre permeiam seus trabalhos, de Tricky ao dub de Mad Professor, de Everything But The Girl ao rap de Mos Def, o Massive Attack escreve sua história num universo hipnótico, onde quem entra não sai ileso.

A banda ainda tocou no dia 25 em São Paulo, seguindo para a Argentina no Festival Bue e depois finalizando sua passagem pela América do Sul no Chile.

Discografia:

Blue Lines (1991)
Protection (1994)
No Protection: Massive Attack vs. Mad Professor (1995)
Mezzanine (1998)
100th Window (2003)

Site oficial:
www.massiveattack.co.uk

Adriano Moralis escreve também no Monkeymafia [ www.monkeymafia.blogger.com.br ]