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Control

:::Control, filme de Anton Corbijn (U2 e Depeche Mode) sobre a vida de Ian Curtis, vocalista do Joy Division, foi apresentado recentemente no Festival de Cinema do Rio de Janeiro e também será exibido na 31º Mostra de Cinema de São Paulo, mas só deve estrear comercialmente por aqui no início de 2008. Na Inglaterra, o filme estreou no último dia 05. A película, rodada em preto-e-branco, se baseia no livro “Touching from a distance” (1995), escrito pela esposa de Ian, Deborah Curtis, e narra um período da vida do amargurado cantor, vivido pelo elogiado ator Sam Rilley.

Muito tem sido falado a respeito do filme e grandes são as expectativas que rondam a cinebiografia do lendário vocalista do Joy Division, descoberto pelas gerações mais recentes via bandas contemporâneas como Interpol e Editors. Um dos comentários que tem sido feitos é que o roteiro centrou-se no relacionamento de Ian com a esposa e a amante belga, a jornalista Annik Honoré, em detrimento da poesia de suas letras. Também tem sido bastante citada a ótima interpretação de Toby Kebbell como Rob Gretton, empresário da banda, que rouba algumas cenas e adiciona um pouco de humor à estória.

O filme de Corbijn é bastante oportuno, pois já há alguns anos que presenciamos um revival pós-punk (“movimento” que alguns afirmam ter iniciado justamente com o Joy Division), iniciado justamente pelos novaiorquinos do Interpol e prontamente seguido por uma infinidade de bandas. Mas o culto a Ian vem de bem antes. Lembro que no vídeo “New Order Story” (1993), antes de começar a falar do New Order (surgida das cinzas do Joy Division) é prestada uma bela homenagem a Ian, inclusive com depoimento de Bono (U2), falando principalmente a respeito da voz de ian.

Observamos também a “reconciliação” entre o New Order e o Joy Division, com a banda tocando várias músicas de sua antiga formação, algo que até algum tempo era impensável.

“Control” vem então se somar a "24 Hour Party People” (2002), filme de Michael Winterbottom, que ao mostrar o surgimento da cena de Manchester e da gravadora Factory Records, teve que, de forma inevitável, falar do Joy Division, já que o filme é centrado neles e no Happy Mondays.

Diante desse revival joydivisiano, Chris Lee, do Los Angels Time, escreveu um texto chamado “Joy Division is multiplying”, ou, “O Joy Division está se multiplicando”, onde analisa os motivos desse revival. O autor questiona: “Why Joy Division? Why now?” (Por que Joy Division? Por que agora?). Através de vários depoimentos, incluindo o de  Corbijn, de Justin Warfield (She Wants Revenge) e de Grant Gee, que fez o pouco falado e recente documentário chamado “Joy Division” (2007), Lee vai puxando vários pontos que podem explicar essa “onda”, indo desde os aspectos musicais, passando pela aura de mistério que sempre cercou a banda, pelas temáticas tratadas nas letras de Ian e também pela falta de identificação do ouvintes com os artistas atuais.

Para aumentar o burburinho causado por Control, o site Guardian Unlimited Film, convidou Natalie Curtis, filha de Ian Curtis, atualmente com 28 anos, para fazer uma espécie de review para o filme sobre seu pai. A resenha começa assim: “Em um dia ensolarado de agosto finalmente eu pude ver a versão final de Control, de Anton Corbijn, um filme sobre a vida de Ian Curtis, meu pai e vocalista da banda Joy Division”. Ao longo da resenha, Natalie comenta do quão foi estranho ver na tela a representação sobre a vida de sua família e de si mesma; fala também da interpretação de Sam Rilley e da semelhança entre o ator e seu pai: “É difícil pra mim comentar a atuação de Sam Rilley como meu pai, é muito estranho pra mim ouvir todos dizendo o quanto Sam se parece com Ian. Certo, ele tem o cabelo e as roupas, mas eu me pareço com Ian, e Sam não se parece nada comigo! A voz de Sam soa bem no filme, mas não é a voz de meu pai e é embaraçoso pra mim ouvir as pessoas dizendo que a voz de Sam é idêntica a dele”.

Natalie faz uma série de críticas à maneira como o roteiro foi conduzido, dentre elas o fato de não mostrar o quanto o problema mental de Ian influenciava em sua depressão e angústia. Lá pelo final ela diz: “Talvez eu tenha dado a entender que o filme é terrível, o que não é”, e finaliza afirmando que “...o mais importante é e sempre será a música”.

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:::Por esses dias me deparei com uma entrevista no mínimo interessante com três figuras atuantes no meio jornalístico:  Pedro Alexandre Sanches, Ricardo Alexandre e Alexandre Matias. A entrevista saiu no site www.gafieiras.com.br e está dividida em 38 partes devidamente intituladas de forma bem curiosa: “A Bizz era um morto muito louco”, “Marisa Monte e Calypso são do mesmo planeta”, “Cada número da Bizz era uma vitória”, dentre outras. Na entrevista os três Alexandres falam disso aí e também sobre o mercado editorial musical, MP3, blogs, Rolling Stone, Folha de São Paulo, RPM, Tim Festival, Cansei de Ser Sexy, Caetano Veloso, etc, etc.

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:::Querem mais um bom texto sobre a situação da música pop atual? Com um texto intitulado  “Palpiteiros, Apocalípticos e Integrados”, Marco Antonio Bart, em seu blog http://telhadodevidro.wordpress.com, destrincha de forma irônica e concisa o perfil dos “formadores de opinião” musical. Uma amostra: “O palpiteiro apocalíptico anseia, a suspirar, pela volta de tempos mais simples. Ele se angustia com os novos tempos - tempos nos quais a informação é descentralizada, democrática… excessiva?” e mais adiante: “O apocalíptico não apenas culpa a internet pelo “lamentável” estado de coisas atual. Ele também taxa automaticamente de “descartável” qualquer artista que utilize a web e/ou recursos paralelos para divulgar sua obra”.