Roger Waters, ex-Pink Floyd, enfureceu líderes religiosos ao comparar israelitas com nazis numa entrevista que deu na semana passada. "As semelhanças entre o que se passou nos anos 30 na Alemanha são esmagadoramente óbvios", disse o músico, referindo-se à forma como os israelitas tratam os palestinos.
O rabino norte-americano Shmuley Boteach reagiu a estas declarações, acusando Rogers de antisemitismo: "Sr Waters, o nazismo foi um regime genocida que assassinou seis milhões de judeus", escreveu no New York Observer, "que tenha a audacidade de comparar os judeus aos monstros que os assassinaram mostra que não tem decência, que não tem coração, que não tem alma".
Waters descreve o rabinato israelita como "bizarro" e acusa-os de acreditar que os palestinos e outros árabes são "sub-humanos", sugerindo que o "lobby judeu" é "extraordinariamente poderoso". "Muitas pessoas fingiram que a opressão dos judeus não acontecia entre 1933 e 1946, portanto isto não é um cenário novo. Só que desta vez são os palestinos a serem assassinados", defendeu o músico.
Reagindo às críticas do rabino norte-americano, Waters disse que não o conhecia e que não estava pronto para trocar argumentos com ele. "Vou dizer apenas isto: não tenho nada contra judeus ou israelitas e não sou antisemita. Desprezo as políticas do governo israelita nos territórios ocupados e Gaza. São imorais, desumanos e ilegais. Vou continuar os meus protestos não-violentos enquanto o governo israelita continuar com estas políticas".
Não é a primeira vez que o ex-Pink Floyd se vê envolvido em polêmica relativamente a este assunto. O músico diz que tem o direito de incentivar os colegas artistas a boicotarem Israel mas dizendo sempre que não é antisemita. Ainda este verão, Waters foi criticado por utilizar nos seus espetáculos um balão em formato de porco com símbolos judeus como adornos, defendendo-se dizendo que havia vários símbolos políticos e religiosos no seu espetáculo e que não estava tentando apontar o judaísmo como força do mal.