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Lily Allen está de volta ao cenário musical e, depois de assinar uma versão de uma música do Keane para uma campanha publicitária, vê-se envolta em polêmica com o vídeo de "Hard Out Here", o seu novo single, reacendendo a polêmica sobre a sexualização dos vídeos e sendo acusada de racismo por utilizar maioritariamente modelos negras em vestes reduzidas.

A cantora britânica apressou-se a explicar a sua visão do vídeo, enumerando vários argumentos no seu Twitter. "Se alguém pensa que pedi etnias específicas para o vídeo, estão errados", começa por dizer, "se pensam que depois de pedir às meninas para fazer a audição, as ia enviar embora baseando-me na cor da sua pele, estão errados".

"A mensagem é clara. Apesar de não querer ofender ninguém, gosto de provocar pensamento e discussão", acrescenta, "é suposto ser um vídeo satírico que lida com a objetificação da mulher na cultura pop moderna. Não tem nada a ver com raça, nada mesmo". Allen diz ainda que se soubesse dançar como as suas bailarinas "teriam a minha bunda nas suas telas": "cheguei a ensaiar durante duas semanas, tentando aperfeiçoar o meu twerk, mas falhei miseravelmente".

Suzanne Moore, jornalista do Guardian, foi uma das vozes que se insurgiram contra o vídeo, assinando um artigo em que diz, "gosto da voz, da presença e da frontalidade de Allen, mas não gosto de racismo". "No vídeo, ela afasta-se das bailarinas que fazem twerk. Mantém-se no comando, elas não. Talvez tenha interpretado mal, mas o que vejo é um corpo de mulher negra, anônimo e sexualizado, se mexendo para pagar a renda". A jornalista chega mesmo a dizer: "falhei a reunião onde tínhamos de escolher entre racismo e sexismo".

No vídeo de "Hard Out Here", Allen faz referência a outros vídeos e canções que este ano provocaram reações acaloradas, casos de "Blurred Lines" de Robin Thicke (canção que chegou mesmo a ser banida por associações de estudantes de universidades dos dois lados do Atlântico) ou da atuação de Miley Cyrus (junto com Thicke) na cerimônia do MTV Video Music Awards